Cientistas da China identificam novo tipo de coronavírus em morcego
- Valdivina Santos
- 22 de fev.
- 3 min de leitura

Os mercados globais foram impactados nesta sexta-feira (21) pela notícia de um possível novo coronavírus descoberto na China, o que gerou uma forte reação nos mercados financeiros. O dólar oscilou consideravelmente durante o dia, mas consolidou alta por volta das 15h, encerrando a sessão com um avanço de 0,45%, a R$ 5,730 na venda. No acumulado da semana, a moeda norte-americana subiu 0,58%, encerrando uma sequência de sete quedas seguidas, o que já indicava uma certa recuperação frente ao real após uma semana instável.
A descoberta do HKU5-CoV-2, um novo coronavírus encontrado em morcegos na China, gerou preocupação global, especialmente por suas semelhanças com o SARS-CoV-2, que causou a pandemia de Covid-19. O estudo que relatou a descoberta foi publicado na revista científica Cell e revelou que esse novo vírus tem uma estrutura genética surpreendentemente próxima à do coronavírus responsável pela Covid-19. O vírus foi identificado como pertencente à família dos merbecovírus, que são conhecidos por infectar morcegos e, em alguns casos, podem ser transmitidos a outros animais, como visons e pangolins – animais que são considerados intermediários na transmissão de vírus como o SARS-CoV-2.
O HKU5-CoV-2, que tem o potencial de infectar seres humanos, foi observado a partir de testes avançados feitos por pesquisadores de Pequim, os quais revelaram que esse vírus se infiltra nas células humanas de forma similar ao SARS-CoV-2, utilizando o receptor ACE2, o mesmo mecanismo de entrada nas células humanas que o vírus responsável pela pandemia de Covid-19 também utiliza. Os testes, feitos com o auxílio de técnicas avançadas como Cryo-EM, que utiliza microscópios poderosos para visualizar a estrutura do vírus, sugerem que o novo coronavírus tem o potencial de causar infecções em humanos, embora os cientistas reforcem que os riscos de sua propagação para seres humanos ainda precisam ser melhor investigados.
Investidores acompanharam a notícia com grande atenção, já que qualquer novo potencial risco de pandemia pode afetar seriamente os mercados financeiros. A descoberta da nova cepa aumentou a aversão ao risco, com a possibilidade de novos surtos de doenças pandêmicas afetando o cenário econômico global. Como resultado, o dólar se fortaleceu frente ao real, impulsionado pela busca por ativos mais seguros em meio a incertezas no mercado. A moeda norte-americana fechou em alta de 0,45%, cotada a R$ 5,730 na venda, uma movimentação que já indicava uma leve recuperação após uma semana instável para o câmbio. No entanto, no acumulado da semana, o dólar subiu 0,58%, encerrando uma sequência de sete quedas consecutivas.
As bolsas de valores também reagiram negativamente à notícia, com Nova York registrando fortes quedas em seus índices. O Dow Jones caiu 1,69%, o S&P 500 perdeu 1,71% e a Nasdaq teve um tombo de 2,2%, refletindo a aversão dos investidores aos riscos percebidos pela descoberta de um novo coronavírus com potencial para causar uma nova crise sanitária global. Esse cenário de instabilidade foi amplificado pelo temor de que o vírus, embora ainda não tenha sido transmitido amplamente para humanos, tenha o potencial de se espalhar de maneira semelhante ao SARS-CoV-2, colocando os mercados em alerta.
O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, também seguiu a tendência negativa, encerrando o pregão com uma perda de 0,37%, aos 127.128 pontos. A queda do mercado de ações brasileiro acompanhou a movimentação dos índices internacionais, com os investidores buscando se proteger em ativos mais seguros.
A reportagem divulgada pelo Daily Mail ressaltou que o novo vírus encontrado na China tem uma relação genética com o MERS-CoV, um coronavírus altamente mortal que foi responsável por surtos em 2012 e possui uma taxa de mortalidade muito mais elevada, chegando a matar até um terço das pessoas infectadas. O estudo também destacou que o HKU5-CoV-2 apresenta uma alta semelhança genética com o vírus da pandemia de Covid-19, o que gerou temores de que a história possa se repetir. Especialistas alertam que, apenas dois anos depois do pior momento da crise sanitária global, a descoberta de um novo coronavírus com essas características aumenta as preocupações com a possibilidade de uma nova pandemia.
Em resumo, a descoberta do HKU5-CoV-2 e seus potenciais riscos para a saúde humana gerou reações significativas nos mercados financeiros e nos especialistas em saúde pública. A situação segue sendo monitorada de perto, e embora os pesquisadores tenham alertado que mais estudos são necessários para avaliar o risco real de transmissão para seres humanos, a descoberta serve como um lembrete da constante ameaça de novos patógenos emergentes e da importância de manter a vigilância global sobre a saúde pública.
Comments